Morto há 45 anos, após ser capturado durante a guerrilha boliviana em 1967, Che Guevara tem suas memórias do conflito armado disponibilizadas na internet pela primeira vez.
Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector
“Felicidade Clandestina é um livro com 25 contos e crônicas de Clarice Lispector, lançado pelas editoras Rocco e Nova Fronteira, com várias edições e capas. Neste post, especificamente, quero falar do texto que dá nome ao livro: Felicidade Clandestina. Se você ainda não o conhece, leia e depois volte, pois há spoiler nos próximos parágrafos.
Clarice Lispector me impressiona desde sempre. Cada vez que conheço mais de sua obra, sinto mais admiração pela escritora que tão bem usou a língua portuguesa para criar uma arte única, singular e especial. E ressalto, quando me refiro a conhecer Clarice não é ler frases no Facebook e afins que não revelam a escritora, é ler os seus livros, verdadeiramente. E a partir dessas leituras, afirmo que, para mim – no meu pequeno mundo literário – não há escritora brasileira que supere Clarice, ela está no topo.
No pequeno texto chamado Felicidade Clandestina, a personagem principal é a narradora, uma menina, que adora ler e conhece na escola uma outra menina que tem muitos livros, pois o pai é dono de uma livraria.
Mas o que poderia ser uma amizade singela, se transforma em crueldade, que brinca com sentimentos fortes, a paixão e o desejo.
A primeira frase define muito o que o texto promete revelar: “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.”
Reparem que Clarice Lispector é objetiva. Neste conto não importa o cenário e sim as características da primeira personagem, uma menina gorda, ruiva e, praticamente, dona de uma livraria. E como também é sutilmente informado, a menina sempre tem o bolso cheio de balas, que é explicado nos próximos parágrafos: “Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho.” A imagem dessa garota é a personificação do egoísmo, como indica o bolso cheia de balas e também o que fica provado no decorrer do conto.
A narradora, ainda comprometida com sua própria ingenuidade vai, diariamente, à casa da menina ruiva para conseguir o empréstimo de um livro. A menina ruiva, provando sua característica perversa diz, todos os dias, uma mentira nova a cerca do paradeiro do livro: emprestou para um; para outro; há minutos atrás o livro estava aqui, você que se atrasou. E cada vez que o livro não pode ser emprestado, alimenta a esperança de felicidade da menina boa e na mesma proporção que a menina má se enche de orgulho de sua própria perversidade. Até o dia que a mãe vê a atitude da filha e, por fim revela que o livro sempre esteve lá, e o entrega à menina apaixonada pelo livro.
É neste ponto, por este motivo, que surge a famosa frase de Clarice Lispector “Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante”. Reparem no contexto da frase. O livro, para a menina boa é como a conquista de seu primeiro amor, seu primeiro amante, que só foi possível pela esperança de adquiri-lo. Um sentimento tão forte de conquista que a deixa sem coragem de ler o livro.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Vejam como Clarice consegue misturar assuntos inusitados num mesmo conto. Neste, temos a perversão, a paixão, a maldade, o desejo… tudo junto e, se um ser comum (como nós) fosse escrever sobre esses assuntos, jamais sairia algo próximo ao que Clarice conseguiu fazer. Pois se penso em perversão, maldade, desejo e paixão, imagino uma história picante, “para adultos”. Mas então vem Clarice e PLAFT! Dá um tapa na cara e diz: “é assim que se escreve!””
Fonte.
Prepare um café e leia também:
- Água Viva, de Clarice Lispector
- A Maçã no Escuro, de Clarice Lispector
- O profundo mergulho de Clarice Lispector
- Clarice Lispector, um blog
- A minha Clarice Lispector não canta Michel Teló
– Sobre literatura angolana:
Obras de autores angolanos estão traduzidas para alemão
António Gonçalves tem obra traduzida
Fotografia: José Cola
Texto e foto: Jornal de Angola
A UEA refere numa nota que as obras são dos poetas Agostinho Neto, Zetho Cunha Gonçalves, José Luís Mendonça, António Gonçalves e dos prosadores Sónia Gomes, Tazuary Nkeita e Carmo Neto.
O projecto de tradução de textos de autores angolanos para alemão é de iniciativa da UEA e da Alemanha Universidade Humboldt de Berlim, por intermédio de Ineke Phaf-Reno Berger, que em Outubro vem a Angola. A vinda ao país de Ineke Phaf-Reno Berger, refere o documento, destina-se a manter contactos com obras de escritores angolanos.
Ineke Berger vem acompanhada de cinco estudantes universitários interessados no estudo e divulgação da literatura angolana. Os temas seleccionados dos seis autores angolanos abordam questões ligadas à guerrilha, diversidade cultural angolana, juventude e autores.”
“De acordo com o livro ´De Puertas Adentro`, que retrata os 113 anos de história do Barcelona, Ronaldo, avançado que representou a equipa catalã na época 1996/97, manteve relações sexuais em pleno Camp Nou.Na altura com apenas 20 anos, o jovem jogador brasileiro, que chegara à Catalunha proveniente do PSV Eindhoven, foi apanhado em flagrante nos balneários do estádio, depois de ter regressado do jantar na companhia de duas mulheres.
«Vendo que o jogador demorava a sair, o segurança começou a ficar preocupado. Decidiu então ver se Ronaldo tinha problemas. O carro estava vazio no estacionamento. Acreditando que o jogador tinha entrado no estádio para mostrar os balneários às duas mulheres, teve uma surpresa gigante quando encontrou os três fazendo sexo num dos sofás», lê-se na obra do jornalista Lluís Lainz.
Josep Lluiz Núñez, presidente do Barcelona à data dos alegados factos, desvalorizou o comportamento do jogador.
«Não vê que ele é um garoto de 20 anos e que está na idade de se divertir?», terá dito ao segurança.”
“AS obras que a escritora moçambicana Lília Momplé escreveu marcam profundamente a literatura moçambicana, podendo encontrar-se nelas uma verdadeira galeria de retratos vivos do país que fomos, somos, e, quiçá, do que seremos.
Maputo, Quarta-Feira, 26 de Setembro de 2012:: Notícias
Esta é visão de Paulo Muxanga, Presidente do Conselho de Administração da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), entidade patrocinadora do Grande Prémio de Literatura José Craveirinha, que desta vez coube àquela escritora, isto referente à edição de 2011. O valor pecuniário da distinção é de 25 mil dólares (cerca de 700 mil meticais).
Nas suas obras” Ninguém matou Suhura”,”Neighbours “e “ Os olhos da cobra verde “ há todo um mundo que foi recriado pela imaginação da escritora Lília Momplé, que capta com fidelidade aquilo que verdadeiramente fomos e somos, e que nos define como povo.
“Estas obras dão-nos também a oportunidade de interpretar com profundidade uma teia de sentimentos, no interior dos quais se processa o relacionamento entre pessoas e se cimenta a coesão social. Para nós, é aí que reside o segredo da arte, em particular da literatura”, refere a nossa fonte.
Na leitura da acta da deliberação que lhe atribuiu o Prémio, o júri considera Líllia Momplé uma figura literária regular na sua carreira e com presença contínua e prolongada na vida literária nacional. O júri considerou ainda Lília Momplé, um dos esteios do edifício literário, profissional e intelectual nacional.
“De facto, a obra de Lília Momplé fala por si e não nos deixa dúvidas de que estamos perante uma carreira literária que merece o respeito e admiração de todos nós”, diz, e sublinha: “Faço votos de que o Prémio que hoje lhe entregamos, além de ser uma justa e merecida prova de reconhecimento, seja também um estímulo para que a autora prossiga o seu trabalho e continue a produzir obras tão inspiradas como aquelas que publicou até aqui.”
Para ele, Lília Momplé, que é um dos nomes mais candentes da geração de escritores nacionalistas moçambicanos, do alto da cátedra dos seus dons de escrita e abundante experiência, é uma referência obrigatória na nossa literatura e fonte inspiradora de escritores do passado recente, do presente vibrante e, sobretudo, é certamente um dos faróis que com grande resplendor, ilumina e infunde as novas gerações de escritores.” Fonte
– Para terminar: fique ligado! Doe livros e promova a leitura em sua comunidade:
Por Blog Acesso
O blog Acesso comemora o Dia Nacional da Leitura, dia 12 de outubro, com uma campanha para incentivar a doação de livros. Bibliotecas públicas, de escolas, populares e comunitárias, além de organizações não governamentais e projetos sociais, podem receber seus livros usados e em bom estado e, com eles, promover a leitura e formar novos leitores.
Veja, abaixo, uma lista de instituições ou programas que poderão receber sua doação de livros em diferentes estados do Brasil. Por serem muitas as bibliotecas e projetos de incentivo à leitura no país, a lista é ilustrativa e não esgota todas as opções de locais de doação de livros. Por isso, o Acesso convida seus leitores para, além de doar, compartilhar, nos comentários deste post, informações sobre espaços para a doação de livros em qualquer cidade brasileira.
Arca das Letras
O Programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, já implantou mais de nove mil bibliotecas rurais em todo o país e conta com mais de dois milhões de livros, todos obtidos por meio de doações. O programa promove a leitura em comunidades de agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas, indígenas e populações ribeirinhas. Para doar, entre em contato escrevendo para arcadasletras@mda.gov.br.
Veja como doar: http://www.territoriosdacidadania.gov.br/dotlrn/clubs/arcadasletras/one-community?page_num=0
Bibliotecas Públicas
Para doar livros para bibliotecas de sua cidade ou estado basta entrar em contato com as respectivas secretarias de Cultura. Em geral, as doações podem ser feitas diretamente para as bibliotecas, onde é feita a seleção do material doado. Em alguns casos, é possível agendar a retirada dos livros por uma equipe da biblioteca.
Veja como doar: Para o sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo, para Bibliotecas Populares da cidade do Rio de Janeiro, para o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Ceará, para o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Pará, entre outros.
Bicicloteca
A Bicicloteca, idealizada por Robson Mendonça, ex-morador de rua, nasceu da necessidade de o Movimento Estadual de População em Situação de Rua encontrar uma forma de levar livros aos moradores de rua ou a qualquer pessoa que passe pelo Centro de São Paulo.
Veja como doar: http://biciclotecas.wordpress.com/doacao-de-livros/
CIRANDAR – Centro de Integração de Redes Sociais e Culturas Locais
A ONG sediada em Porto Alegre procura por livros de Literatura, livros infantis e juvenis e livros sobre Artes, Educação, Ciências Sociais e Direitos Humanos. As doações são recolhidas para o Projeto Redes de Leitura, que promove a ampliação do acervo de bibliotecas comunitárias na capital gaúcha.
Veja como doar: http://cirandar.wordpress.com/doacao-de-livros/
Diretoria Penitenciária do Mato Grosso do Sul
A Diretoria Penitenciária do Mato Grosso do Sul arrecada livros para ampliar o acervo das bibliotecas carcerárias do estado, promovendo a leitura entre os detentos para sua ressocialização.
Veja como doar: Entre em contato com a Diretoria de Assistência Penitenciária pelo telefone (67) 3313-8005 ou escreva para educação@agepen.ms.gov.br.
Salve Jorge! e Ponto de Contato
A Salve Jorge! e o Ponto de Contato estão promovendo campanha de arrecadação de livros, que serão encaminhados para instituições que atuam na área da leitura e da educação.
Veja como doar: Deixe seus livros no ponto de coleta, no 3º andar da Galeria Ouro Fino, que fica na Rua Augusta, 2690, em São Paulo. Mais informações pelo e-mail salvejorge@salvejorgeconteudo.com.br.
Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede
A rede reúne bibliotecas e espaços de leitura de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. São espaços de leitura geridos pelas próprias comunidades, que têm como princípio fundamental a participação do público. Os contatos de cada biblioteca que faz parte da rede encontram-se no site.
Veja como doar: http://rededebibliotecascomunitarias.wordpress.com/